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Cordão Última hora dá luz ao carnaval de máscaras

“Digno Senhor Proprietário e Assistência Geral/Em frente a sua porta está o cordão de mascarados Última Hora/Este sim veio para alegrar toda gente/ Preciso de sua permissão para me adentrar/E se expandir no seu maravilhoso salão”.  É com esses versos que

“Digno Senhor Proprietário e Assistência Geral/Em frente a sua porta está o cordão de mascarados Última Hora/Este sim veio para alegrar toda gente/ Preciso de sua permissão para me adentrar/E se expandir no seu maravilhoso salão”.

É com esses versos que uma tradição de mais de 81 anos, do cordão carnavalesco “Última Hora”, se reafirma nas águas do rio Tem Tem, nas ihas de Cametá, às margens do rio Tocantins. São declamados pelo Palhaço, um dos 40 personagens mascarados que compõem o cortejo. Todas as máscaras são feitas à mão pelo artesão Vital II, como Eulálio Tenório do Santos é conhecido na comunidade de Juaba. Vital II é responsável pelo resgate e disseminação desta tradição, que esteve parada na década de 1980, e retornou aos rios e salões da comunidade e arredores.

“Eu tinha um cordão que se chamava ‘Os Bandalhado da Folia’ e convidei o Vital I, um artista da ilha, para participar como ator e ele aceitou, mesmo estando afastado das folias. Foi aí que ele me propôs que trocássemos o nome do cordão para ‘Última Hora’, dizendo que era o nome de um cordão tradicional que existia na comunidade. Meu pai confirmou a informação e eu troquei o nome para resgatar a tradição”, diz Vital II, de 54 anos.

Ele já conduzia seu carnaval com máscaras e alegria e soube resgatar e adaptar esse bloco diferente, envolvendo a comunidade e a própria família nele. Os filhos de Vital, Eulálio Tenório Júnior, de 13 anos, Rodrigo, de 14, e Laiana, de 19 anos, estão entre os atores das comédias que o cordão propõe. Laiana carrega, entre brilhos e paetês, a bandeira do cordão, perpetuando uma história que começou com o avô.

“Meu pai me ensinou a fazer máscaras. Ele também fazia para outro rio, o Pacodatuba, que tinha um cordão que chamava ‘O Rei da Brincadeira’. Foi olhando meu pai fazer as máscaras que aprendi a fazer as minhas. Antes, eram feitas com formas de barro e forradas com jornal e papelão ou até saco de cimento formando 14 forros”, explica o artesão.

Agora, Vital II atualizou a forma de produzir as máscaras e reaproveita garrafões de vinho para dar vida aos personagens do seu carnaval. “Passo o ano todo preparando. São 22 novas máscaras todo ano e sou só eu que faço. Meus filhos estão aprendendo e espero que eles possam perpetuar essa cultura. Tem uns quatro anos que a ideia das novas máscaras veio, quando estava na minha rede e vi o garrafão em casa. Pedi que a mulher trouxesse uma tesoura, cortei, e vi que a metade dos garrafões encostava certinho no rosto. Aí pintei e usei isopor e deu certo”, revela o mestre.

Deu muito certo, tanto que ele foi convidado pela professora de Comunicação Viviane Menna Barreto para ministrar em Belém uma oficina de construção de máscaras com objetos reciclados, no Coletivo Casa Preta, colaborando com o projeto de extensão da pesquisadora que visa divulgar a voz dos mestres e da cultura do interior do Estado, chamado “Cartografias Amazônicas”.

Máscaras da alegria popular.

(Diário do Pará)

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