Roberta Carvalho fala sobre Projeções do Feminino

Para saber um pouco mais sobre ‘Projeções do Feminino’, contemplado pela Funarte em 2013, o DOL publica a conversa exclusiva que a artista Roberta Carvalho teve com a equipe do Você, do DIÁRIO DO PARÁ.

Você - Foi difícil encontrar essas artistas?

Roberta Carvalho - Na verdade, minha dificuldade não foi o Pará, onde tenho mais contato com artistas, por viver aqui. Já do Acre é muito difícil você encontrar na web uma referência de artistas que trabalhem com arte contemporânea; até mesmo de Macapá e Manaus é difícil... Você encontra um ou outro artista, geralmente são homens... E nem sempre são trabalhos de arte contemporânea. Obviamente que consegui encontrar coisas em livros e algumas publicações de premiações, além de indicações de outros pesquisadores; mas no Google, se você pesquisar artistas visuais contemporâneos desses estados é muito difícil de encontrar.

Você – Como se deu essa seleção de artistas?

RC - Primeiro pela relevância da artista em relação a sua cidade e à arte nacional também. Segundo, pela força do trabalho em relação ao que eu estava propondo, essa transposição para a projeção mapeada, precisava encontrar trabalhos que oferecessem essa possibilidade.

Você – Sobre as obras, você afirmou ter encontrado diversidade. Mas você encontrou também um ponto em comum? Há algo que distingue as mulheres da Amazônia das artistas de outros lugares?

RC – Alguns trabalhos podem até ter relação direta com a cultura amazônica, como os da Paula Sampaio, que vive uma relação estreita com os aspectos culturais daqui; Mas a ideia quando criei o projeto, na verdade, era simplesmente encontrar artistas que trabalhassem dentro de um determinado espaço geográfico, circunscritas nestes estados, com trabalhos de arte contemporânea.

Você – Acreditas, então, que os trabalhos encontrados são capazes de dialogar ou equiparar-se à arte contemporânea produzida em qualquer parte do mundo?

RC - Eu acho que isso é uma coisa que a gente precisa ressaltar! Apesar do recorte geográfico da pesquisa, não queremos ser regionalistas, digamos assim. Quis apenas mapear essa arte.