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"Nós de Aruanda" mostra os terreiros de Umbanda

“Quando foi mesmo que ela chegou pela primeira vez a meus ouvidos, não sei. Era apenas uma palavra, mas trazia um cheiro violento de terra e de liberdade, gosto de fruta madura, uma palavra apenas, porém usando paladar e olfato”. Este trecho de ‘Aruand

“Quando foi mesmo que ela chegou pela primeira vez a meus ouvidos, não sei. Era apenas uma palavra, mas trazia um cheiro violento de terra e de liberdade, gosto de fruta madura, uma palavra apenas, porém usando paladar e olfato”. Este trecho de ‘Aruanda’, crônica de Eneida de Moraes, define bem a sensação de quem depara-se com a exposição da Galeria Theodoro Braga, “Nós de Aruanda - Artistas de Terreiro”.

Realizada pelos artistas Arthur Leandro, Isabela do Lago e Aurilene Ferreira, a mostra traz: identidade. A pesquisa que levou até as obras revela memórias, objetos do cotidiano, oferendas, práticas ritualísticas, enfrentamento político, afirmação de identidades e poéticas com base em um período histórico.

Aruanda é uma referência ao porto de São Paulo de Luanda, lugar de onde partiam os negros sequestrados e trazidos ao Brasil na condição de escravos. A referência ficou na memória coletiva como o lugar onde se encontraria a liberdade, de onde se faria a volta ao continente de origem. “Tornou-se um tempo-lugar-fantasia-documento sobre nós”, expõe o trio responsável pelas obras.


Foto: Divulgação

Comunidades

A primeira edição desta exposição foi em 2013, e nasceu do resultado de experiências vividas pelo Grupo de Pesquisa Roda de Axé, da Universidade Federal do Pará, voltado para cultura de matriz africana na Amazônia. A ideia era reunir obras de pessoas ligadas à comunidade de terreiros de Umbanda da região amazônica.

Segunda a pesquisadora em arte Isabela do Lago, a comunidade de terreiro em Belém é grande e nela foram encontrados ativistas culturais e políticos, pessoas que lutam contra a intolerância religiosa. “E percebemos que muitas delas têm uma produção artística resultante disso, mas não se envolve no circuito artístico da cidade, nem visitando nem expondo, como se estivesse se auto excluindo, como se aquilo não fizesse parte delas”.

Precisando legitimar essa expressão artística, foi feita a exposição. Esse ano o número de respostas às chamadas por novas obras dobrou – passou de pouco mais de 20 artistas para 50, ao contar cada um dos envolvidos também em coletivos de arte. “O grande incentivo deste ano é comemorar a data em homenagem ao Dia da Umbanda e dos Cultos Afro Regionais, tendo como destaque a figura de Mãe Doca”, esclarece Isabela.

A exposição reúne performances, objetos, telas e outros trabalhos selecionados pelos artistas Arthur Leandro, Isabela do Lago e Aurilene Ferreira em meio à produção recente de artistas ligados às comunidades de terreiro paraenses. O compositor Alan Fonseca participa pela segunda vez da mostra. “A ideia é bastante válida já que há pouca inserção nesse formato erudito, de salão, da arte de terreiro. A arte de Umbanda estava acostumada a ser vista como algo menor e agora ganha espaço”, comemora.

(Diário do Pará)

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