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DE OLHOS BEM ABERTOS

"Mostra Ecofalante de Cinema" abre hoje edição on-line

Considerado o maior evento sul-americano dedicado à temática socioambiental, a “Mostra Ecofalante de Cinema” abre hoje a sua 9ª edição, pela primeira vez em formato on-line e gratuito. Serão 98 filmes de 24 países, muitos deles inéditos no Brasil. Ao long

Imagem ilustrativa da notícia "Mostra Ecofalante de Cinema" abre hoje edição on-line camera Divulgação

Considerado o maior evento sul-americano dedicado à temática socioambiental, a “Mostra Ecofalante de Cinema” abre hoje a sua 9ª edição, pela primeira vez em formato on-line e gratuito. Serão 98 filmes de 24 países, muitos deles inéditos no Brasil. Ao longo das seis semanas do evento, os títulos ficam disponíveis sempre às 15h, por períodos de 24 horas, com até cinco dias de exibições cada um. Entre os destaques está “Amazônia Sociedade Anônima” (2019), documentário de Estêvão Ciavatta, gravado no Pará.

“O festival começou com um público de 3 mil pessoas, e ano passado tivemos 80 mil. Havia não só a exibição presencial, como itinerâncias, o ‘Ecofalante na Universidade’ e a mostra escola, ou seja, ele é um festival que ocorre o ano todo e com questões que vêm sendo agravadas nos últimos anos. Levar nossa programação para três plataformas é uma oportunidade de democratizar ainda mais o acesso a estes debates tão importantes nesse momento”, afirma Chico Guariba, diretor do festival.

No “Panorama Internacional Contemporâneo”, a mostra reúne obras de 16 países, com carreira em grandes festivais. Entre eles “Patrimônio” (México/EUA), dirigido pela vencedora do Emmy Lisa H. Jackson; “Dolores” (EUA), de Peter Bratt, com produção executiva do prestigiado músico mexicano Carlos Santana; “Tomates, Molho e Wagner”, de Marianna Economou, indicado da Grécia ao Oscar de melhor filme internacional; e “Botando Pra Quebrar” (França), de Lech Kowalski, selecionado para o “Festival de Cannes”.

O público ainda terá a oportunidade de assistir entrevistas com dez diretores internacionais, como Cynthia Wade e Sasha Friedlander (“Vulcão de Lama”, EUA) e Marc Pierschel (“O Fim da Carne”, Alemanha). E há uma nova sessão, que exibirá 18 filmes considerados clássicos do cinema socioambiental brasileiro ou que foram premiados, entre eles “No Rio das Amazonas” (1995), de Ricardo Dias, que faz uma viagem de Belém a Manaus. “São filmes que não estavam mais disponíveis e agora estamos propiciando isso para as pessoas. E são interessantes para gente entender o que acontece hoje na Amazônia”, pontua Guariba.

Na outro extremo, dos iniciantes no cinema, está o “Concurso Curta Ecofalante”, que tem apoio do WWF-Brasil e reúne 24 títulos abordando temáticas relacionadas aos “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável” (ODS) propostos pela ONU na Agenda 2030. “É uma mostra com obras de universitários brasileiros, e é genial porque eles estão fazendo uma grande discussão desses objetivos de desenvolvimento sustentável filmando a sua própria realidade. É uma competição muito forte, falando de racismo, violência policial, questão indígena, de gênero, além de temas tradicionais, como as mudanças climáticas”.

Mostra não é só entretenimento

Na “Competição Latino-Americana”, mais diretores renomados e filmes inéditos no país, como “Acqua Movie”, de Lírio Ferreira, com Alessandra Negrini e Marcélia Cartaxo no elenco; e “Estou Me Guardando Pra Quando o Carnaval Chegar”, de Marcelo Gomes, exibido na mostra “Panorama” do Festival de Berlim. “É uma mostra que vem crescendo a qualidade e presença de filmes nacionais. Antes eram só filmes militantes, mas, com a crise ética e política do Brasil, grandes cineastas acabaram levando isso para o cinema, se não como tema principal, estão como pano fundo, mesmo na ficção”, aponta o diretor da “Mostra Ecofalante de Cinema”, Chico Guariba.

Integrando a competição latina, o citado “Amazônia Sociedade Anônima”, de Estêvão Ciavatta, mostra a índios e ribeirinhos em uma união inédita, liderada pelo Cacique Juarez Saw Munduruku, para enfrentar máfias de roubo de terras e desmatamento ilegal. O documentário é desdobramento de uma série que o diretor e jornalista apresentou, em 2015, no “Fantástico”. “De lá pra cá continuei filmando, mas com foco na região do Tapajós, passando por Novo Progresso, Itaituba e comunidades indígenas ali de perto”, diz ele.

Filmando até setembro de 2019, os registros do cineasta atravessaram os governos Dilma, Temer e Bolsonaro. “A política brasileira nunca foi boa para os grupos indígenas. A gente pode dizer que, com a Marina Silva no Ministério do Meio Ambiente, houve uma diminuição significativa do desmatamento, entre 2010 e 2012. E agora, com Bolsonaro, a turma da ilegalidade se sentiu empoderada, piorou muito a invasão de terras indígenas, unidades de conservação e principalmente terras públicas, grande foco no filme”, aponta.

Para ele, a mostra “Ecofalante” é fundamental nesse cenário e dialoga muito bem com a proposta de “Amazônia Sociedade Anônima”. “O próprio filme se pretende ser mais que entretenimento, quer suscitar discussão”, afirma. O documentário também está previsto na programação do “Amazônia Doc”, em setembro, e dia 21 próximo será lançado no Globoplay e no canal Brasil. “A ideia é que muita gente veja e entenda um pouco mais o que está acontecendo na Amazônia. Principalmente no Sul e Sudeste, as pessoas não sabem de fato como o desmatamento acontece e por que é tão difícil coibir o que está por trás disso tudo”, diz.

DEBATES

Paralelo às exibições virtuais, toda quarta-feira e sábado, às 19h, o festival promove uma série de debates com a presença de ativistas, cientistas e especialistas ambientais. Entre os convidados estão a arquiteta e urbanista Raquel Rolnik, a ativista Preta Ferreira (MTST), a coordenadora da Rede das Águas da Fundação SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro, e o líder indígena Ailton Krenak. “O ‘Ecofalante’ nunca foi apenas entretenimento, mas cultura, educação e cidadania, de forma que você assista ao filme e faça o debate”, diz Guariba.

O temas dos encontros são diversos, mas sempre ligados a questões socioambientais. São eles: “Financeirização da Mercado Imobiliário” (15/08), “Privatização da água e interesses corporativos” (19/08), “Emergência climática e o Green Deal - Pacto Ecológico Europeu” (22/08, excepcionalmente às 17h), “Ativismo em tempos não-democráticos” (26/08), “Trabalho: A aceleração da precarização e movimentos de resistência” (29/08), “Migrações no século 21” (02/09), “É possível mudar o paradigma do consumo no pós-pandemia?” (05/09) e “Qual é a real influência dos influencers?” (09/09).

PARTICIPE

9ª MostraEcofalante de Cinema

Quando: Hoje a 20 de setembro, com filmes liberados sempre às 15h.

Onde assistir: As exibições e entrevistas serão pela plataforma (www.ecofalante.org.br) e os debates serão transmitidos ao vivo no Facebook e no YouTube (/mostraecofalante).

Quanto: Gratuito

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