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CINEMA

Filme conta a história do duo Anavitória, que vem a Belém para encontrar fãs no sábado

Reza a lenda que, no mundo pós-redes sociais, um artista precisa só de um celular, de acesso à internet e de uma boa canção para saltar do anonimato à fama em semanas, quando não em dias. É realidade para poucos, mas foi assim com Ana e Vitória, do Anavit

Reza a lenda que, no mundo pós-redes sociais, um artista precisa só de um celular, de acesso à internet e de uma boa canção para saltar do anonimato à fama em semanas, quando não em dias. É realidade para poucos, mas foi assim com Ana e Vitória, do Anavitória. O duo de garotas de 23 anos virou um dos nomes mais promissores do país com uma sonoridade que chama de “pop rural”, influenciada por músicos como Tiago Iorc e Mallu Magalhães.

É um folk de vozes fofas e letras meio coração partido, meio alto-astral que, ao vivo, entoam descalças e em longos vestidos de ares hippies. A história começa em 2014, quando Ana, de Goiânia, e Vitória, do interior do Tocantins, foram apresentadas por uma amiga e passaram a compor nas férias da faculdade. Ambições eram parcas. Vitória cursava direito, “não sei por quê”, diz, e Ana estudava Medicina “para ser pediatra”.

Há três anos, elas se filmaram cantando em um cenário meio rural, meio bucólico e publicaram no YouTube. Em dias, o link somou 200 mil das 1,5 milhão de visualizações que conquistou até hoje. A música era “Um Dia Após o Outro”, de Tiago Iorc, outro fenômeno do folk pop. Foi ao empresário dele, Felipe Simas, que Ana enviou o seu vídeo.

Empolgado, Simas agendou apresentação das garotas em um hotel no Rio, para plateia de jornalistas. Também sugeriu Anavitória, evitando o “&” de duplas sertanejas com as quais eram confundidas. “A gente mandou só pra ver se o Tiago via, porque éramos fãs. Acabou que o Felipe enxergou na gente algo que nem a gente via”, diz Vitória.

E o que foi que Simas vislumbrou? “Duas talentosas cancioneiras em uma intersecção entre a música popular e a dita mais rebuscada”, diz. Em uma das idiossincrasias do duo, aquele foi o primeiro show da vida de Ana e Vitória, que nem chegaram a cogitar as (muitas) agruras e (raras) delícias do mercado independente do século 21.

A viagem ao Rio se estendeu para a gravação do primeiro EP e uma primeira turnê, e essa é a história de “Ana e Vitória”, dirigido por Matheus Souza, que estreia na próxima quinta-feira, 2 [em Belém o filme terá uma sessão especial com a presença da dupla no sábado, 4, às 22h, no Cinépolis Parque Shopping, com ingressos já esgotados] . No filme, misto de musical e comédia romântica, as jovens interpretam a si mesmas, e o fazem com habilidade, a despeito da pouca experiência. “A gente fez um laboratório com o Matheus contando as coisas que vivemos. Ele bolou o roteiro, e demos pitacos sobre o jeito de falar”, diz Ana.

Desde a ascensão descrita no longa, o sucesso só cresceu. Gravaram um disco (2016, homônimo), um EP com músicas infantis (2017) e outro EP, com temas de Carnaval (2018). Várias das canções integraram o Top 50 do Spotify, por exemplo. O videoclipe do maior sucesso, da canção “Agora Eu Quero Ir”, soma 63,3 milhões de acessos no YouTube.

“Trevo (Tu)”, com participação de Tiago Iorc, acumula 42,2 milhões de visualizações e rendeu aos três o Grammy latino, em 2017, de melhor canção em língua portuguesa. Outra versão da canção, com o português Diogo Piçarra, tem 18 milhões de acessos.

Geração da “transição de ideias”

Ana e Vitória se dizem feministas e libertárias, já tiveram relações com garotas e garotos e alimentam a fantasia de fãs ao não negar de que já foram um casal. (Foto: Divulgação)

No Spotify, Anavitória soma 2,1 milhões de ouvintes por mês. Para fins de comparação, as inspirações Mallu Magalhães e Tiago Iorc têm 604 mil e 1,4 milhão ao mês, respectivamente. Já Anitta, a brasileira mais ouvida no mundo, é ouvida por 13,1 milhões ao mês.

Elas já fizeram turnê com Nando Reis e gravaram com o rapper Projota (“Linda”, com 53,9 milhões de acessos no YouTube) e com a dupla sertaneja Matheus e Kauan (“Fica”, de 94 milhões de views). E nem só de rede vive o burburinho; em uma era de crise do fonograma, o duo ganhou disco de platina por vender CDs.

Também tiveram temas em trilhas de novelas, cantaram na casa do BBB 18 e foram uma das atrações do Brasil no recente Rock in Rio Lisboa. Elas têm a carreira gerenciada por um escritório e seus discos são distribuídos em parceria com a Universal, cujo presidente, Paulo Lima, já as definiu como uma aposta.

Ana e Vitória hoje vivem em São Paulo; não mais juntas, mas ainda vizinhas. Não causam tumultos ao ir à padaria, mas dizem já ser paradas frequentemente para selfies. Agora, ao mostrarem sua trajetória na telona, as artistas exibem outra face de sua arte: concepções singulares sobre amor e relacionamentos.

Ambas já transaram com garotos e garotas e alimentam fantasias ao não negarem boatos de que já foram um casal. Dizem-se feministas e lidam com o sexo com naturalidade. “É coisa da nossa geração: a gente vive uma grande transição de ideias”, comenta Ana.

Vitória reforça a visão da amiga e conecta a verve libertária ao acesso à informação. “Ouvi falar em feminismo aos 17 anos, com minha irmã mais nova, que tinha 11; a internet deixou tudo mais natural”, pontua.

Como as artistas, Simas, o empresário, diz não temer que a intimidade do duo limite seu potencial de mercado em um país marcado por ressalvas morais e religiosas. Falando em ambições, ambas dizem ter a mesma: cantar com Rita Lee. “Será que se você escrever, ela não topa?”. Já funcionou uma vez.

Assista “Ana e Vitória”

Estreia: Quinta-feira, 2
Sessões: Cinépolis Parque – 15h e 19h40. Somente no sábado, 4, sessão às 22h com a presença das artistas. Cinépolis Boulevard – 16h, 18h45 e 21h30. UCI Bosque Grão-Pará – 14h05, 16h30, 18h55 e 21h20 (na sessão de estreia das 21h20 haverá a transmissão de um pocket show acústico, com repertório inédito, que será transmitido ao vivo via satélite).

(Rafael Gregorio/Folhapress)

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