A câmera aponta para a avenida Visconde Souza Franco. Ainda poucos prédios ocupam o lugar. A atriz Lenira Guimarães visita um banco na Presidente Vargas. O Manoel Pinto, ali próximo, é um arranha-céu moderno em contraste com a centenária Praça da República e seus monumentos. O Círio, este segue em passos lentos, e não há a Estação das Docas em seu caminho. São pouco mais de 10 minutos de um registro único: a Belém de 1966, pelas lentes de Líbero Luxardo, sob o título “Belém: 350 Anos”.
Enquanto a capital paraense já vive o clima de mais um aniversário, o de número 401, o Museu da Imagem e do Som (MIS) decidiu comemorar a data compartilhando com o público, a partir de hoje, às 10h, essas pequenas memórias deixadas por pioneiros do audiovisual paraense. Deyseane Ferraz, diretora do MIS, destaca que Belém, como tantas outras cidades, vem passando por um processo acelerado de transformação da paisagem urbana. E a população costuma seguir esse ritmo sem voltar o olhar para suas heranças históricas e sem reconhecer o valor de sua própria cultura.
“A gente pensou em dois filmes que retratam a paisagem por meio do patrimônio audiovisual, e uma paisagem que se modificou muito, são filmes da década de 1960 e 1970. Nossa proposta é que as pessoas pensem a cidade hoje, a partir desses dois momentos. O foco dessa discussão é o patrimônio cultural, pensar a preservação da cidade. Nesse filme do Líbero, ele fala de um progresso da cidade, então será um momento oportuno para discutir a cidade como está agora”, reitera. As produções serão exibidas gratuitamente no auditório do Museu de Arte Sacra, seguidas de debate junto aos técnicos do museu.
(Lais Azevedo/Diário do Pará)
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