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GERSON NOGUEIRA

Leia na coluna do Gerson Nogueira: Hora de achar novos caminhos

Na volta de rápido recesso – e merecido descanso para os 27 baluartes –, encontro cenário de angústia e desespero entre os azulinos, pela falta de um estádio para chamar de seu neste Campeonato Estadual que se aproxima. É a chamada crônica da morte anunci

Na volta de rápido recesso – e merecido descanso para os 27 baluartes –, encontro cenário de angústia e desespero entre os azulinos, pela falta de um estádio para chamar de seu neste Campeonato Estadual que se aproxima. É a chamada crônica da morte anunciada. Todo mundo sabia que a situação era de alto risco desde que o Baenão foi desmanchado há cinco anos. Os problemas eram contornados paliativamente, mas o clube estaria a descoberto caso o estádio estadual não pudesse ser utilizado.

Por irresponsabilidade da antiga Seel, que não fez uma revisão séria no velho estádio Jornalista Edgar Proença, eis que a queda de placas de reboco na semana passada reabriu o drama de sempre. O Remo – e, por tabela, o futebol do Pará – enfrenta a possibilidade real de disputar um campeonato sem contar com a principal praça de esportes, com todos os prejuízos disso decorrentes.

Como a combinar essa plêiade de notícias ruins, a nova diretoria azulina, que assumiu no final do ano, foi confrontada com uma penca de dívidas acumuladas em nome do clube na esfera da Justiça Trabalhista, gerando bloqueios em cascata das verbas de patrocínio e de premiações da CBF na Copa do Brasil.

À espera de uma definição quanto à utilização do Mangueirão, a boa notícia para o Remo é a mobilização voluntária de um grupo de advogados e administradores, dispostos a empreender uma rigorosa reengenharia econômica que garanta o resgate da credibilidade perante o mercado e garanta ao clube abraçar uma visão empresarial.

Para ser viabilizado, o plano de recuperação do Remo exige uma profunda análise de seus números contábeis, rolos financeiros e imbróglios jurídicos, libertando-se de velhas e ultrapassadas amarras administrativas. Será necessária a adesão de toda a comunidade azulina, incluindo a torcida. Os resultados só serão visíveis a médio e longo prazo, mas que podem ter um caráter libertador para tantos anos de atraso.

Nada melhor do que um momento de atropelo e incerteza para que todos se conscientizem de que é imperioso romper com as velhas práticas, que subtraíram da agremiação cotas expressivas de prestígio, liquidez e respeito público.

A utilização inteligente dos espaços comerciais disponíveis e dos que podem vir a ser criados é um dos pilares do plano de reengenharia. Para tanto, é fundamental que o clube volte a explorar plenamente seu próprio estádio, o que atenderia também as necessidades imediatas. Os esforços são inegáveis para finalizar as reformas no Baenão, com a destacada participação de setores da torcida, mas há urgência.

Por ora, caso não consiga mesmo mandar jogos no Mangueirão, incluindo o clássico Re-Pa, o Remo deve se movimentar para estabelecer parcerias com as cidades próximas a Belém, como Castanhal e Bragança, sem excluir a alternativa de Santarém ou Macapá-AP.

Nada disso, porém, pode ser levado a cabo sem respeitar os princípios da austeridade e transparência, eleitos como pontos fundamentais da nova gestão. A auditoria que está em andamento nas contas do clube deve chegar a conclusões importantes nas próximas semanas. Que o Remo seja forte o suficiente para aguentar o tranco.

Dos enganos e ilusões da vida

Esporte mais popular do planeta, o futebol é dado a ilusões fugazes, falsetas, enganos e desenganos. Movido pelo combustível da paixão, o jogo costuma pregar peças impagáveis em todos os que acreditam em verdades absolutas.

Surpreende a movimentação febril dos clubes mais endinheirados do país, Palmeiras e Flamengo, ávidos em torrar fortunas com jogadores pouco mais do que medianos.

Alvo da maior gastança já empreendida por um clube nacional, custando cerca de R$ 50 milhões ao Fla, o uruguaio De Arrascaeta é um exemplo dessa fúria consumista. Apesar de bom meia, eficiente nos dribles e chutes de média distância, o uruguaio não pode inspirar esperanças exageradas.

E pensar que já tivemos uma legião de jogadores com essas características. Produzíamos aos montes gente do porte de Mendonça, Pita, Dirceu Lopes, Aílton Lira, Djalminha, Felipe, Marcelinho Carioca, Alex, Raí, Neto etc.

Com a valorização de técnicos cada vez mais rígidos e preocupados com marcação, esse tipo de jogador foi perdendo espaço. A irreversível tendência retranqueira relegou os mais talentosos ao banco de suplentes ou, em casos mais drásticos, ao olho da rua.

Ao mesmo tempo, leio na web e nas folhas impressas que a brava mídia esportiva paulistana não entende o fracasso do lateral-direito Arana no Sevilla. Jogou apenas duas partidas como titular. Como se sabe, Arana foi campeão brasileiro pelo Corinthians em 2017, dirigido por Fábio Carille.

Os colegas da Paulicéia não conseguem atinar e buscam uma explicação para a queda de rendimento daquele que já carimbavam como um quase-craque, espécie cada vez mais em voga no insípido e ilusório futebol brasileiro atual.

Naquele Corinthians retrancado e cheio de pernas de pau, Arana se destacava. Voluntarioso e brigador, de vez em quando acertava um cruzamento para o incrível Jô.

Foi o suficiente para que ganhasse aplausos e salamaleques da sempre generosa e engajada imprensa de S. Paulo – a mesma que até hoje acha que Rodriguinho, Guerrero e Vagner Love estão em patamar diferenciado e que agora elege Ricardo Goulart, reforço palmeirense, como fora-de-série.
Precisamos, urgentemente, de referências.

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