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GERSON NOGUEIRA

Leia a coluna de Gerson Nogueira desta quarta-feira, 13: O perigo ronda a necessidade

Quando a esmola é grande, o santo desconfia. A máxima popular vale para quase todas as instâncias da vida, principalmente o futebol. Como o ano é eleitoral, os clubes mais populares costumam ser um alvo natural para candidatos ávidos pelo apoio das massas

Quando a esmola é grande, o santo desconfia. A máxima popular vale para quase todas as instâncias da vida, principalmente o futebol. Como o ano é eleitoral, os clubes mais populares costumam ser um alvo natural para candidatos ávidos pelo apoio das massas. Apesar de o problema persistir, é justo reconhecer que os artifícios de sedução foram bem mais convincentes (e eficientes) no passado.

O torcedor ficou um pouco mais consciente, a ponto de saber que o mecenas do período pré-eleitoral é quase sempre – há exceções, obviamente – um oportunista à procura de incautos cegos pelo fanatismo clubístico. Acontece que alguns sabem entoar bem o chamado canto da sereia e terminam por engabelar muita gente, além de causar estragos consideráveis para as agremiações.

Pelas multidões que arrebanham, clubes como Leão e Papão têm uma espécie de imã para tais aventureiros. No caso do Remo, cuja situação financeira é reconhecidamente grave, cresce bastante o risco das soluções miraculosas. A necessidade acaba por abrir brechas para oportunistas.

Nos últimos dias, após a quarta derrota consecutiva na Série C, as redes sociais ecoaram especulações de que um notório ex-presidente azulino iria oferecer um lote de reforços ao clube. Logo em seguida, veio a boataria sobre possível interesse pelo zagueiro Fernando Lombardi, que defendeu o PSC até o ano passado.

Tanto a oferta de reforços quanto à súbita reaparição do referido cartola em momento ruim não causam surpresa, mas significam péssimas notícias para o Remo. Os torcedores que têm memória mais aguda irão lembrar que o estádio Evandro Almeida foi parcialmente destruído – e até hoje não voltou a ser utilizado – durante a gestão do tal promesseiro, há quatro anos.

Ainda bem que a diretoria de Futebol desmentiu o interesse pelo ex-jogador do PSC, que foi liberado após temporada particularmente ruim.

Milagreiros e feiticeiros nunca deram muito certo em futebol. Se funcionassem, como bem pontua a velha máxima de Neném Prancha, o campeonato baiano terminaria empatado. No caso específico do Leão, uma série de gestões deletérias ajuda a explicar o buraco em que o clube se encontra hoje.

Ao contrário do rival, que ousou adotar gestão mais coerente com os novos tempos, o Remo é um museu de grandes novidades que nunca florescem. A cada começo de temporada a torcida se enche de esperanças, mas a realidade logo chega para afundar os sonhos.

Aliás, sonhos até modestos, como subir para a Série B. Nunca foi tão fácil obter o acesso. A Série C atual é nivelada por baixo, com times medíocres e sem maior expressão técnica, mas o Remo tropeça, chafurda e termina se atrapalhando nas próprias pernas. Para piorar, como na natureza selvagem, o cheiro de carniça atrai hienas e predadores vorazes.

Walter Lima e o mistério da desvalorização da base

Um comentário feito pelo técnico Walter Lima nas redes sociais é revelador das mazelas que envolvem as divisões de base no Pará. “Assistindo o jogo Remo x Náutico, observo uns três jogadores que jogaram contra a Desportiva na Copa São Paulo de Juniores – ganhamos o jogo, inclusive. Robinho, que fez o gol contra o Remo, era o atacante. Eles foram eliminados na primeira fase e nós chegamos às oitavas de finais”, observa Waltinho.

“Agora me perguntem: cadê nossos jogadores em algum time? E o artilheiro? E os outros? E Samuel, o Búfalo, revelação no campeonato paraense pelo Troféu Camisa 13? E Matheus Silva? Ah sim... este está jogando”, indaga, questionando os critérios de nossos principais clubes na busca de reforços.

Finaliza com a esperança de que algo bom possa vir da mudança no regulamento da Segundinha: “Acho que agora, com a nova fórmula, de apenas 5 jogadores acima de 20 anos de idade por equipe, inevitavelmente alguém vai ver que existe qualidade no Estado, e que a geografia não separa os bons dos ruins, os fracos dos fortes, apenas não permite que sejam vistos. E, infelizmente, no futebol às vezes o valor do salário separa o campo da arquibancada”.

O apostolado germânico contra a acomodação

A Alemanha campeã do mundo desembarcou ontem, em Moscou, com a pompa dos que sabem que são superiores. Não se trata de arrogância, mas de consciência das próprias forças.

Com uma renovação radical para uma seleção vitoriosa, com apenas nove remanescentes da Copa do Mundo de 2014, o escrete germânico chega à Rússia mais favorito do que nunca.

A coisa é tão forte no sentido de não marcar passo que, vitorioso na Copa das Confederações – o que nunca foi bom sinal para ninguém –, o selecionado de Joachim Löw deu-se ao luxo de abrir mão do atacante que fez o gol do título mundial no Maracanã, há quatro anos, contra a Argentina.

Mario Gotze, autor de um golaço matando no peito e batendo cruzado, era um dos jovens convocados daquela seleção. Seria, portanto, nome quase certo para 2018. Acabou descartado pelo rígido esquema alemão de avaliação de desempenho.

Uma prova óbvia de que não é por mera sorte que a Alemanha acumula tantas conquistas e presenças em finais de Copa. Há trabalho e determinação, consciência e foco. Cuidado com eles.

Joias do pensamento futeboleiro

“Só os subdesenvolvidos têm escrúpulos... O inglês é um grande povo. Na guerra, salvou o mundo com a sua resistência. Mas em 66 a Inglaterra foi de um descaro empolgante. Manipulou juízes, baixou o pau, fez horrores e ganhou. Portanto, com suas qualidades, o inglês salvou o mundo; com os seus defeitos, ganhou a taça.
“O tempo é uma convenção que não existe, nem para o craque, nem para a mulher bonita”.

Nelson Rodrigues

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