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GERSON NOGUEIRA

Um peixe abusado

Sem empolgar ao longo de quatro anos de existência, a deficitária Copa Verde 2017 tem pelo menos o mérito de mostrar que o rei está nu. Sua majestade, neste caso, é o futebol do Pará, que ainda come sardinha e arrota caviar. A competição expõe, com crueza

Sem empolgar ao longo de quatro anos de existência, a deficitária Copa Verde 2017 tem pelo menos o mérito de mostrar que o rei está nu. Sua majestade, neste caso, é o futebol do Pará, que ainda come sardinha e arrota caviar. A competição expõe, com crueza de detalhes, o grau de decadência da dupla Re-Pa, situação que muitas vezes é disfarçada por conquistas pontuais.

Que as coisas vão mal nós já sabíamos há algum tempo, mas a CV tem permitido comparações vexatórias. O Santos do Amapá, agremiação que neste ano realizou apenas seis partidas, tem dado uma senhora lição nos grandes de Belém. Com jogadores de nível mediano e folha salarial inferior a R$ 20 mil, promove um estrago na autoestima dos titãs paraenses.

Olha que o Estado do Amapá nunca foi referência de futebol competitivo na região. Os clubes daqui sempre levaram ampla vantagem nos jogos com os de lá, normalmente repletos de refugos catados em Belém. Pois o Peixe da Amazônia está mudando essa antiga prosa – com méritos. Dirigentes de Remo e Papão deveriam agradecer, pois certos exemplos não têm preço.

Primeiro foi a chicotada aplicada no Remo nas quartas de final da CV, marcando incontestáveis 3 a 0 dentro do estádio Zerão. No jogo de ida em Belém havia perdido por 2 a 1 tendo dominado todo o primeiro tempo.

Com a euforia natural pela classificação à semifinal da Copa, fato inédito na história do futebol do Amapá, o Peixe teve que suportar a frustração de não poder jogar diante de sua torcida. O regulamento canhestro da CBF impõe limite mínimo de 10 mil lugares para a etapa semifinal, numa cidade cuja média de frequência a estádios é inferior a 1,2 mil torcedores.

Nada disso, porém, abateu os alvinegros, cuja equipe é formada por jogadores locais e alguns recrutados no futebol do Pará, como Balão Marabá e Rafinha. Sob o comando do técnico Perereca, desafia outro titã paraense e favorito ao título, o Papão, campeão do ano passado, saindo-se bem no primeiro embate.

O jogo de sábado à noite, em São Luís (MA), voltou a exibir um Santos desassombrado. Mesmo longe de sua gente, o Peixe foi bem mais organizado durante o primeiro tempo. Fez seu gol e perdeu mais dois em seguida. Cedeu o empate num belo lance individual de Leandro Carvalho. Foi visível a diferença de comportamento: seus homens de meio-campo tiveram mais consciência, rapidez e qualidade que os do Papão.

Na etapa final, o time caiu de rendimento pelo cansaço e porque o Papão adiantou suas linhas e passou a pressionar mais pelos lados. Ainda assim, o Peixe teve uma boa chance de marcar. Dada a diferença técnica dos elencos, pelo menos no papel (e na folha de pagamentos), o Santos cumpriu jornada das mais dignas. Tudo graças a um conjunto que funciona de forma mais ou menos linear, sem altos e baixos, da defesa ao ataque.

O resultado de 1 a 1 beneficia o time paraense, que agora pode se classificar com um 0 a 0 no Mangueirão, mas é arriscado imaginar que a parada está liquidada. A fraca atuação bicolor no Castelão, sem criatividade e dependendo exclusivamente de Leandro Carvalho, não deve se repetir em Belém, tendo a Fiel a incentivar nas arquibancadas. O Santos, porém, já deixou claro que não é um adversário qualquer.

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