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GERSON NOGUEIRA

Arbitragem na berlinda

Clássico que se preza começa antes de a bola rolar e só termina dias depois, quando cessa o bate-boca nas ruas, na firma e nos botecos da vida. E há casos de jogos que continuam a ser disputados por tempo indeterminado, pelo menos na imaginação delirante

Clássico que se preza começa antes de a bola rolar e só termina dias depois, quando cessa o bate-boca nas ruas, na firma e nos botecos da vida. E há casos de jogos que continuam a ser disputados por tempo indeterminado, pelo menos na imaginação delirante do torcedor.

O último Re-Pa está no rol daqueles que ficam semanas a fio na pauta de discussões – não por lances de classe ou gols bonitos. Mais do que as excelentes atuações de Eduardo Ramos e Léo Rosa no Remo e o eficiente bloqueio defensivo armado pelo Papão, o debate se concentra no desempenho de Dewson Freitas, o nosso árbitro Fifa.

Pênaltis reclamados pelos azulinos, expulsão questionada pelos bicolores e minutos de acréscimos reivindicados por todos. São queixumes em série, revelando a insatisfação generalizada com a arbitragem.

Dewson é um apitador de alto nível, com várias participações em jogos nacionais e internacionais. Não teve uma grande atuação, mas surpreende que seja crucificado por uma decisão correta: a expulsão do volante Capanema, após duas entradas faltosas e passíveis de advertência.

Como prata da casa, Dewson talvez não consiga angariar aqui o mesmo apoio e respeito que recebe lá fora. No Pará, aliás, prevalece insistente prática de não valorização do talento local – e não só no futebol.

A cena patética de um cidadão estranho ao jogo invadindo o campo para peitar e ameaçar o árbitro no intervalo do clássico é reveladora desse sentimento. Parecia um remake dos anos 60 e 70, quando cartolas destemperados deitavam e rolavam nos estádios paraenses.

Em outras capitais, Dewson nunca foi alvo de tais abusos. Por outro lado, confirmando a vira-latice atávica, não ocorre invasão de campo em Belém quando o árbitro é de fora do Estado. Até os cartolas mais nervosinhos contêm seus impulsos diante dos visitantes.

Em 2015, criticado pela atuação num Re-Pa, Dewson teve seu nome vetado pelo Papão. A diretoria chegou a anunciar que ele passaria a ter suas arbitragens filmadas e monitoradas de perto.

No ano passado, após apitar jogos do Campeonato Estadual e da Copa Verde, caiu novamente nas graças dos dirigentes. A coisa estava tão pacífica que sua escolha para o clássico do último domingo foi elogiada pelos dois clubes.

Falhas pontuais não podem ser usadas para execrar um árbitro competente e sério como Dewson, que atravessa a melhor fase da carreira, sendo escalado até para jogos das Eliminatórias. Os velhos rivais deveriam ser os maiores interessados no fortalecimento da arbitragem regional.

Junto com Dewson surgiram apitadores de qualidade, como Joelson Nazareno Cardoso, Gustavo Ramos Melo e Andrey da Silva e Silva, sinal da evolução da arbitragem paraense nos últimos. Agora, se os próprios clubes achincalham as arbitragens, o que esperar da torcida¿ Movida pela paixão cega, a massa não mede palavras e condena sem julgar.

Dewson é sempre uma garantia de integridade na arbitragem. Por isso, ao invés de hostilizar e fazer campanha contra, o mais sensato é dar a ele as condições necessárias para que exerça bem o seu trabalho.

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