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GERSON NOGUEIRA

Conquista e resgate

O ouro no futebol fez muita gente sonhar com os tempos de supremacia brasileira no esporte. Ainda não conseguimos recuperar os antigos lauréis, mas cabe festejar e ressaltar os pontos positivos da conquista olímpica. Em primeiro lugar, depois de muito tem

O ouro no futebol fez muita gente sonhar com os tempos de supremacia brasileira no esporte. Ainda não conseguimos recuperar os antigos lauréis, mas cabe festejar e ressaltar os pontos positivos da conquista olímpica. Em primeiro lugar, depois de muito tempo, o futebol voltou a estremecer o país neste sábado à noite.

A reconciliação ficou clara no próprio palco da partida. Ansiosa, a imensa torcida no Maracanã demonstrou nervosismo e temor em muitos momentos da decisão, mas se comportou bem, sem vaiar jogadores.

O time, mesmo alternando altos e baixos, produziu uma atuação digna, com organização tática e boa distribuição em campo. Neymar marcou o primeiro e o último gol (nos penais), mas não vestiu o figurino de dono absoluto do time, que tanto mal já causou a ele e à seleção. Na maior parte do tempo, Renato Augusto foi mais líder do que ele, com resultados excelentes para o conjunto.

A dificuldade enfrentada ao longo da partida final se deveu menos ao poderio alemão e mais a um crônico problema do futebol brasileiro: a falta de confiança para o último arremate. É um mal que aflige seleções e times de todas as divisões nacionais. No sábado, não foi diferente. Gabriel Jesus, o outro Gabriel e Luan tiveram oportunidades excelentes para definir, mas hesitaram e permitiram o bloqueio defensivo.

É fundamental reconhecer que Rogério Micale (com Tite na retaguarda) deu ao time um novo script a partir da terceira partida, contra a Dinamarca, descobrindo em Wallace o homem ideal para proporcionar liberdade aos meias e alas, além de ter resolvido confiar em Luan para a função de atacante flutuante.

Vencer o torneio olímpico, mesmo nos pênaltis, representa bem mais que uma façanha inédita. Significa que o país do futebol pode, finalmente, dormir em paz pela primeira vez e ter tranquilidade para começar a juntar os casos do atropelamento sofrido na Copa do Mundo de 2014 e seguir em frente.

A oportunidade é preciosa e não pode ser desperdiçada. E é justamente aí que entra o componente espinhoso da história. Para dar o salto que os nossos oponentes de sábado já deram, criando um modelo ímpar de formação de atletas, o Brasil terá que transpor sérios obstáculos.

O primeiro deles é a própria estrutura do futebol, simbolizada pela CBF e seu rastro de lama e atraso. Não será fácil derrotar as mentalidades que fizeram do esporte mais popular do Brasil um meio de fabricar dinheiro às custas da exportação em massa de jovens talentos e da deterioração dos clubes, células essenciais na revelação de novos craques.

A parte mais complicada desse enredo é a do enfrentamento aos donos do futebol brasileiro, que se encastelaram na CBF e de lá controlam tudo o que diz respeito à modalidade. Será preciso contar com dirigentes corajosos e independentes, que tenham apoio em seus clubes e força moral para conduzir a guinada saneadora. Talvez demore ainda, mas é possível.

Os garotos que levantaram o ouro olímpico não têm muito a fazer quanto às mudanças administrativas e gerenciais necessárias para ressuscitar o esporte, mas podem ser decisivos no processo de injetar fôlego renovado à seleção de profissionais.

Jogadores como Marquinhos, Renato Augusto, Luan, Gabriel Jesus e Wallace certamente irão merecer de Tite muitas oportunidades ao longo das Eliminatórias. Será a chance de provar que podem fazer bem mais do que exibiram no torneio pouco qualificado da Olimpíada. O Brasil fã de futebol agradece.

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