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GERSON NOGUEIRA

Enfim, um técnico na Seleção

O passo mais importante na confirmação de Tite para treinar a Seleção Brasileira é que finalmente, desde a era Felipão, o escrete volta a ter técnico de verdade. Dunga foi capitão e campeão na Copa de 94, batia uma enormidade e ralhava com todos os compan

O passo mais importante na confirmação de Tite para treinar a Seleção Brasileira é que finalmente, desde a era Felipão, o escrete volta a ter técnico de verdade. Dunga foi capitão e campeão na Copa de 94, batia uma enormidade e ralhava com todos os companheiros, mas não é técnico. Foi inventado como treinador (depois do Mundial de 2006) por Ricardo Teixeira, que dispensa maiores apresentações.

A chegada de Tite ao cargo já veio cercada de uma aura positiva. Logo de cara, elogiou os campeões mundiais de 1970 e a Seleção de 1982, dizendo que foram os times nacionais que o emocionaram. Bom sinal. Parreira, Zagallo e Dunga jamais se referiam a 82 com simpatia, muito pelo contrário.

Tite é um profissional do futebol que vive pregando a importância de se atualizar. Quando parou por um ano aproveitou para visitar grandes clubes europeus e acompanhar seus métodos de treinamento. Foi o primeiro técnico brasileiro a fazer isso e a admitir publicamente que havia feito.

Na entrevista de apresentação, com Marco Polo Del Nero na primeira fila do auditório, revelou que topou o desafio porque teve a garantia de que haverá transparência e democratização no comando da Seleção. Não é pouca coisa para uma entidade que funciona como se fosse irmandade secreta dos cartolas mais longevos do país.

Como contraponto às diatribes de Dunga, que chegou a ranger os dentes como pitbull para um jornalista que o criticara, a postura de Tite deixa claro que a relação com a imprensa será bem mais tranquila e profissional. Nada de melindres pessoais e respostas evasivas.

É claro que a situação era festiva e cerimoniosa. Essa disposição para o diálogo franco só será posta à prova nos momentos de dificuldades, quando as perguntas são bem menos simpáticas e os ânimos estão exaltados.

Sobre Neymar, outro ponto interessante e revelador sobre as ideias do novo técnico. Além de indicar que não o vê como capitão definitivo do escrete, deixa claro que o jogador do Barcelona é diferenciado, mas admite que há condições de fazer com que os demais atletas formem um bom selecionado.

Quanto às zangas de Dunga em relação a alguns jogadores, como Marcelo (Real Madrid), é improvável que Tite mantenha a porteira fechada. Vai apostar de verdade naqueles que estiverem atravessando um bom momento. E precisa ser de fato criterioso, pois o Brasil amarga a sexta colocação nas Eliminatórias e precisa reagir imediatamente a fim de evitar a inédita ausência da Copa.

O lado mais espinhoso da gestão de Tite será a convivência com a estrutura jurássica da CBF. Del Nero, a quem o técnico criticou em abaixo-assinado que pedia mudanças no futebol, foi certeiro optando pelo profissional mais recomendado para a função.

Mesmo que não seja do seu agrado, Tite sabe que passa a ser o principal garoto propaganda da CBF e, por tabela, de Del Nero. As coisas funcionam assim e o circo tem que continuar funcionando.

Boa sorte ao novo comandante.

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