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GERSON NOGUEIRA

E o coronel chegou lá

O rito foi cumprido à risca, como desenhado há dias pela própria cúpula da CBF. Sem atropelos, o coronel Antonio Carlos Nunes se elegeu vice-presidente e fica só a aguardar a anunciada renúncia de Marco Polo Del Nero para sentar no trono. A votação foi es

O rito foi cumprido à risca, como desenhado há dias pela própria cúpula da CBF. Sem atropelos, o coronel Antonio Carlos Nunes se elegeu vice-presidente e fica só a aguardar a anunciada renúncia de Marco Polo Del Nero para sentar no trono. A votação foi estrondosa, sem deixar margem a dúvida quanto à solidez do acordo amarrado com federações e clubes: 44 votos, 3 em branco, 3 contra e 5 abstenções - além de 12 ausências.

A quase unanimidade dá ao coronel certa tranquilidade para enfrentar as pancadas no front interno, tendo o suporte do grupo de Del Nero.

Os problemas que o esperam são muito mais de ordem externa. A mobilização do Bom Senso F.C., dos atletas profissionais, com o apoio de entidades representativas do esporte brasileiro talvez seja a mais sólida e organizada oposição que um presidente da CBF já enfrentou.

A mídia tende a ecoar com gosto as ações que o grupo de atletas produzir, principalmente se coincidirem com os resultados da CPI do Futebol no Senado, que ontem, por coincidência, interrogou Del Nero. Convenhamos, assunto negativo é o que não falta para envolver a entidade.

De maneira geral, Nunes só vai se defrontar com essa onda desfavorável ao assumir de fato a presidência. E não cabe ficar alardeando que as manifestações contrárias têm cunho bairrista ou discriminatório. Basta lembrar que todos os presidentes eleitos para a entidade sofreram cerrada marcação da imprensa esportiva do Sul e Sudeste, salvo exceções bem conhecidas e notórias.

No aspecto jurídico, o coronel deve se resguardar e ficar atento à pressão internacional, representada por organismos da Fifa e da Justiça norte-americana. São graves as acusações e suspeitas que pesam contra a CBF em relação às gestões de Ricardo Teixeira, José Maria Marin
e Marco Polo Del Nero.

Nunes esteve sempre na condição de aliado incondicional de todas essas gestões - justamente por isso foi escolhido para suceder Del Nero - e poderá vir a sofrer as consequências diretas (e indiretas) dessa proximidade.

Aos que têm a mania de enxergar luz onde só há fumaça espessa, cabe alertar para os limites que Nunes terá se assumir a presidência. Imaginar que ele vai quebrar muralhas e mover moinhos pelo futebol do Pará é uma ingenuidade. Tirem o cavalinho da chuva. O coronel não foi eleito para representar exclusivamente os interesses regionais. De mais a mais, pouco há a fazer à frente de uma CBF esvaziada, desmoralizada e apodrecida por tantos escândalos recentes.

Um dos poucos beneficiários da ascensão do coronel pode ser Pikachu, agora no Vasco. É bem possível que ele passe a ser olhado com mais simpatia para convocações da Seleção Brasileira. Como é de conhecimento até do reino mineral, técnicos do escrete costumam ser bem solícitos
com o síndico de plantão.

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